Chegou a ir ao hospital. Mas depois de duas semanas o joelho começou a inchar, doer demais. Ele já não conseguia mais andar direito.

A cidade é tão pequena que não tem estrutura pra cuidar disso. Foram para Manaus, depois de quatro dias inteiros de barco, porque não tinham dinheiro pra ônibus. Lá, o primeiro médico disse que não era nada. Voltaram pra casa.

Mas o quadro só piorava. Voltaram pra Manaus novamente e, após exames, veio a suspeita mais dolorosa: pode ser câncer.

Eles estão há mais de um mês esperando por uma biópsia para saber o tipo exato do tumor. Enquanto isso, o tumor cresce e a dor aumenta. O medo de perder a perna tira o sono da avó e do neto.

“Vovó, eu tô definhando na cama e não tô vendo resultado nenhum que possa me ajudar”, disse Ronison, chorando de dor e desespero.

Eles estão morando na casa de um parente, dormindo no chão, sem comida, sem dinheiro nem para o transporte até o hospital. O Bolsa Família foi cortado, e o pouco que tinham acabou. A avó não esconde: “Se eu pudesse, dava minha perna por ele...”

Mesmo com um tumor enorme e passando fome, Roni sonha em ser presidente um dia. Ele quer mudar o mundo, ajudar os outros, cuidar da avó.